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Silva & Freitas

Além das metas dos bancários

Todo bancário que está no mercado há algum tempo já ouviu a mesma coisa: “se você entrar com uma ação trabalhista, vai se queimar no mercado”.

Essa frase, repetida à exaustão, é um dos principais motivos que levam profissionais a engolirem prejuízos e a conviverem com situações como horas extras não pagas, metas abusivas e assédio moral, com medo de fechar portas para o futuro.

Mas e se dissermos que esse medo não tem fundamento legal?

A verdade é que a temida “lista negra” – onde o nome de um trabalhador estaria registrado por ter processado uma empresa – é proibida por lei. Ela simplesmente não existe de forma oficial e, se existisse, seria ilegal.

Aqueles que realmente avaliam o seu histórico profissional para uma nova contratação, sabem muito bem separar a busca por justiça da “vingança” contra uma empresa.

Um profissional que busca seus direitos demonstra conhecimento sobre a legislação e valoriza o próprio trabalho, características que são, na verdade, um diferencial no mercado.

O que o bancário tem o direito de buscar?

A rotina de um bancário é intensa e muitas vezes exaustiva. A pressão por metas, a jornada de trabalho estendida e o acúmulo de funções são realidades que podem levar a sérios problemas de saúde física e mental.

Muitos sabem que foram explorados, que estão com horas extras a receber e metas que vão além do razoável, mas acabam não buscando seus direitos.

A luta por justiça não é um ato de rebeldia, mas sim a garantia de que a lei seja cumprida. Os direitos do bancário foram conquistados com muito esforço e servem para proteger a sua dignidade no ambiente de trabalho.

Se você já se sentiu pressionado ou ouviu a conversa de que lutar pelo que é seu vai prejudicá-lo profissionalmente, saiba que essa é uma barreira que deve ser derrubada.

O mercado de trabalho não pune quem busca seus direitos; ele respeita quem valoriza seu próprio trabalho.

O seu histórico profissional é construído por sua competência, dedicação e ética, não por uma busca legítima por justiça.

Não permita que o medo silencie sua voz.

A luta invisível dos bancários e o limite que ninguém fala

Se há uma realidade inegável para quem vive o dia a dia de uma agência bancária, é o ambiente de trabalho doentio. A pressão, a cobrança e a exaustão se tornaram tão comuns que quase se confundem com a própria natureza da profissão. Não é surpresa, então, que uma esmagadora maioria — cerca de 90% dos bancários ativos — já tenha tomado uma decisão silenciosa: buscar a justiça do trabalho assim que deixarem o banco.

Essa escolha não é por acaso. Ela é a única saída para anos de uma rotina insustentável, marcada por:

  • Metas sobre-humanas: uma cobrança incessante para atingir resultados que parecem inalcançáveis, gerando um ciclo vicioso de ansiedade e frustração.
  • Assédio disfarçado: o que é chamado de “pressão por resultado” ou “cobrança saudável” não raro se traduz em assédio moral. São humilhações, ameaças e constrangimentos que minam a saúde mental do profissional.
  • Sobrecarga e exaustão: o acúmulo de funções, as horas extras não reconhecidas e a necessidade de “dar conta” de tudo levam a um esgotamento físico e mental que poucos ousam admitir em voz alta.

Essa realidade é tão dura que muitos bancários trabalham doentes, engolem o choro no banheiro, e precisam de remédios para dormir e aguentar o dia seguinte. E o banco, diante disso, age como se esse limite fosse parte do jogo, como se a saúde e a dignidade do trabalhador fossem um “custo” aceitável da alta produtividade.

O que eles não contam é que esse cenário não é normal. O esgotamento extremo, o burnout e o adoecimento não são sinônimos de estabilidade, são sinais de que a relação de trabalho ultrapassou todos os limites do que é justo.

Quando você explode — e todos nós temos um limite —, o banco pode virar as costas, classificando sua reação como “instabilidade”. Mas a verdade é que eles tentam te convencer de algo que não é real. O que está em jogo não é sua estabilidade, mas sim a sua saúde e dignidade, garantidas por lei.

Se você se identificou com este texto, saiba que não está sozinho. A pior parte de tudo isso não é a exaustão, mas sim o sentimento de que só você está passando por essa situação. Milhares de colegas bancários compartilham da mesma dor e dos mesmos desafios. O seu sofrimento é real e tem amparo legal.

O primeiro passo para a mudança é romper o silêncio. A luta por seus direitos não é uma vingança, é a busca por dignidade e justiça.

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